domingo, maio 19, 2019

19 de Maio: Um Dia com Memória


Hoje é o dia certo para fazermos a comparação entre a SCALA de 1994 e a SCALA de 2019.

Em 1994 a SCALA era sobretudo esperança. O sonho de se fundar uma Associação Cultural em Almada tornara-se uma realidade - a primeira que se propunha apoiar e fazer crescer a Cultura, sem que esta fosse uma "correia de transmissão do Poder Local" (ouvi muitas vezes esta expressão nos seus primeiros anos...).
Durante os primeiros anos a SCALA cresceu de tal forma, que chegou até a assustar alguns dos seus fundadores, que estavam longe de imaginar todo aquele "fervilhar" de ideias, que circulava nas mesas de café e queriam deixar de ser "utopias" (especialmente no histórico "Repuxo")...
Claro que toda esta energia inicial foi perdendo algum fulgor, naturalmente (não podemos esquecer que a SCALA era, e é, uma pequena colectividade. Com um universo que ultrapassa ligeiramente a centena de associados...). Algumas pessoas ao não conseguirem impor os seus pontos de vista foram-se afastando, outras por não se reverem no seu espírito colectivo...
Felizmente, sobrou um "núcleo duro", que se manteve unido e coeso, durante quase duas décadas. A maior parte, devido à idade avançada (mais de 80 anos...) foram cedendo os seus lugares. Embora não existam pessoas insubstituíveis, o certo é que nunca mais se conseguiu o equilíbrio necessário. As ideias começaram a escassear, assim como as pessoas (pelo menos as com qualidade cultural e espírito associativo...).
Ainda pensámos que a cedência de um espaço como sede, iria provocar o renascimento da SCALA, como verdadeira associação cultural. O que aconteceria no final da Primavera de 2016, quando o Município de Almada nos cedeu a "Delegação Escolar", onde tinha funcionado nos últimos anos a secretaria da USALMA e a sede APCA.
Mas infelizmente a instalação na sede acabou foi por promover uma divisão na direcção, que nunca foi sanada. Percebia-se que a vaidade pessoal começava a querer impor-se, através da sua presidente de direcção. Primeiro de uma forma tímida, por falta de capacidade e também de notória limitação cultural.
Curiosamente foi esta "limitação" que fez com que as ideias de mudança e melhoria começassem a não ser bem acolhidas (não foi por acaso que as duas últimas vice-presidentes culturais pediram a demissão, em menos de um ano...). 
Foram-se perdendo as referências, a SCALA deixou de ter memória, foi se esquecendo do seu passado e inevitavelmente deixou de ter um presente e um futuro, condizente com a ideia inicial dos fundadores: ser a tal Associação Cultural, fundada para fazer a diferença, para apoiar sobretudo todos aqueles que faziam cultura fora dos circuitos do poder.
O interesse individual começou a ameaçar o colectivo, a vaidade pessoal foi crescendo e a vergonha foi-se perdendo... O "eu" passou a ser quem mais ordena, substituindo o "nós".

É por tudo isto, que o dia 19 de Maio, deve ser um dia com memória. Um dia perfeito para compararmos a SCALA de 1994 e a de 2019.

(Óleo de René Magritte)

4 comentários:

Anónimo disse...

Essa mulher pequenina não se enxerga mesmo.
Bem sei que se não for ele a promover-se, está feita ao bife, porque dali pouco ou nada se aproveita.
As amigas já lhe deviam ter dito que a poesia é para ser declamada e não gritada.

António Santos

Anónimo disse...

É uma pena. É assim que de destroem as Colectividades.

HM

Anónimo disse...

Os sócios até agora não se manifestaram contra a presidente.

É porque ela não é tão má como a pintam.

Gabriel

Anónimo disse...

Há uns tempos perguntei como é que uma colectividade cultural, pequena, pouco conhecida em Almada, tinha chegado aos 25 anos.
Depois disseram-me que o segredo se devia a duas pessoas: Fernando Barão, nos primeiros anos, Luís Milheiro, nos últimos anos.
Estranhei, porque pensava que o associativismo era colectivo. Mas descansaram-me, que eram dois democratas, que gostavam de trabalhar e decidir as coisas com os outros dirigentes e associados, algo que caiu em desuso em quase todas as colectividades almadenses, cheias de pequenos e pequenas ditadorazitas (como é o caso da SCALA).
E vão ser eles que vão matar o Associativismo, não é a Câmara Municipal de Almada.

Fernanda