Ofélia Cruz não fez nada de especial para estar aqui, na lista dos "trinta" da história da SCALA.
E é por isso mesmo que está aqui. Por ser uma mulher simples, que amava sobretudo a liberdade e gostava muito de "poemas de combate", que recitava muito bem, renovando a força das palavras dos poetas (como ele gostava de Sidónio Muralha...), nos recitais colectivos da SCALA.
Também era presença assídua nas nossas "Tertúlias do Dragão", por gostar das coisas da cultura e de estar com os amigos.
Não podemos, nem devemos, esquecer o seu papel de lutadora antifascista e de Mãe, que educou os seus filhos com grande sacrifício, nos anos em que o seu companheiro de sempre, esteve encarcerado nos calabouços destinados aos nossos presos políticos.
Para nós, foi uma honra termos conhecido, e sermos amigos desta senhora extraordinária, que lutou por um mundo com espaço para todos, onde a igualdade e a justiça social não fossem apenas uma miragem.
(Gente da História da SCALA - XXIX)
Fotografia de Luís Eme)