sábado, julho 20, 2024

Mário Nery: a arte, a generosidade e a discrição de mão dada


Mário Nery tem sido um artista plástico fundamental para o reconhecimento da SCALA, enquanto associação artística no Concelho de Almada, graças à sua qualidade como desenhador e pintor.  

Fez-se associado logo nos primeiros anos, tendo feito parte também dos nossos Corpos Gerentes. Além da sua participação como artista, deu ainda uma ajuda preciosa na organização e montagem de algumas exposições, sempre que foi necessário.

O Mário e a sua esposa, Emídia, foram presenças habituais nas "Tertúlias do Dragão", fazendo parte integrante da "família tertuliana scalana" (só deixaram de aparecer devido a problemas de saúde da Emídia), ao ponto de Nery se ter tornado o nosso "desenhador oficial das tertúlias" oferecendo-nos desenhos cheios de humor, que retrataram muito bem algumas das temáticas discutidas nesses saudosos encontros de cultura e de amizade de Almada.

Provavelmente devido à sua discrição (e à nossa desatenção...), não se deu destaque merecido ao presente que o Mário Nery ofereceu à SCALA, na inauguração da Sede/ Galeria, onde ainda nos encontramos, um bonito retrato de Fernando Pessoa.

Felizmente ainda vamos a tempo de enaltecer a sua qualidade como artista e como ser humano.

(Gente da História da SCALA - XX)

(Fotografia de Américo D' Souza da inauguração da Sede Social da SCALA, com Mário Nery acompanhado de Joaquim Judas, Presidente do Município de Almada, Gena Souza e o Luís Milheiro, dirigentes da casa)


sexta-feira, julho 12, 2024

A "Viagem" sobre Fernando Barão continua na SCALA


A exposição "O Pequeno Mundo de Fernando Barão" vai continuar patente na sede da SCALA até ao começo de Setembro, porque com o período de férias não estão programadas outras exposições.


Ou seja, ainda é possível ver a exposição, basta falar com a direcção da SCALA, para saber da sua disponibilidade para estarem na sede.

(Fotografias de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, julho 01, 2024

A Homenagem da SCALA a Manuel Cargaleiro


A SCALA presta homenagem a Manuel Cargaleiro, que nos deixou ontem e foi o primeiro vencedor do "Prémio Scalano".

Foi - e continuará a ser -  uma grandes grandes figuras do nosso País nas Artes Plásticas, cujo reconhecimento artistico atravessa os cinco continentes, devido à sua qualidade e ao traço artístico tão singular.


quinta-feira, junho 20, 2024

"uma pequena viagem pelo mundo de Fernando Barão"


Esta "Viagem ao pequeno mundo de Fernando Barão" tenta dar a conhecer, pequenos pormenores da vida deste "Renascentista da Cultura", que poderão ter escapado aos almadenses, que se interessam pela cultura e pelo associativismo.

É uma mostra quase biográfica, que merece ser visitada, por todos aqueles que conheceram o Fernando Barão, e também por quem tenha curiosidade em ficar a conhecer um pouco esta grande Personalidade Cacilhense, a quem nunca ficou mal o título de "Barão de Cacilhas".

A exposição é inaugurada no próximo sábado, 22 de Junho, às 16 horas, na Sede/ Galeria da SCALA.»


sábado, junho 01, 2024

Manuel Alves Pereira: uma marca singular de alegria e um exemplo de espírito inventivo


Manuel Alves Pereira foi outra das boas surpresas reveladas nas nossas "Tertúlias do Dragão", de um almadense octagenário, natural de Lanheses (Viana do Castelo), que continuava a amar a vida e as coisas da cultura e da ciência, sempre com vontade de nos surpreender com a sua "juventude" e bonomia.

Com um passado associativo  na Academia Almadense, depois de ter passado uma boa parte da sua vida na Holanda, como emigrante, Manuel descobriu a SCALA, que passou a ser o seu espaço colectivo primordial  de amizade, cultura, história, convívio e também de algum revivalismo.

Como gostava de participar activamente no nosso dia a dia, de vez  enquanto Manuel surpreendia-nos com uma ou outra graça, fruto do seu espírito inventivo. Também escolhia poemas ou apontamentos históricos, sobre as personalidades que eram enaltecidas nas Tertúlias (que raramente perdia), para nos oferecer.

Já no final de vida conseguiu escrever e publicar um livro antológico, com as suas poesias e os seus textos de prosa, que intitulou "Algumas Memórias de Almada e de Outros Lugares", para deixar alguma coisa de seu aos outros.

Foi a concretização de um sonho...

(Gente da História da SCALA - XIX)

(Fotografia de Luís Eme - Manuel num dos seus momentos, surpreendentes e alegres, na SCALA)


segunda-feira, maio 27, 2024

Mário Rodrigues: o Amor ao Teatro, ao Associativismo e a Cacilhas


Embora Mário Rodrigues fosse um dos sócios mais antigos da SCALA, só começou a ter uma participação maia activa na nossa Associação depois de começar a frequentar a "Tertúlia do Dragão".

Ficou encantado com o ambiente familiar que encontrou e com a promoção da cultura que a SCALA fazia nestes encontros mensais. E passou a ser presença certa (nem os seus problemas de saúde faziam com que faltasse...). As tertúlias sobre a história de Cacilhas, localidade onde nasceu e deu os primeiros passos como associativista (no Ginásio Clube do Sul), fizeram com que se tornasse um dos seus animadores. Depois trouxe o teatro, uma das suas grandes paixões, para aquele espaço de convívio e de partilhas culturais. Aproveitou algumas datas festivas, como o Natal, para embelezar a sala com motivos alusivos, dando largas à sua criatividade.

Como gostava muito de escrever, passou também a ser um dos colaboradores permanentes do boletim "O Scala", abordando preferencialmente o mundo das Artes e também a história de Cacilhas.

O seu entusiasmo pela SCALA foi tal que até se disponibilizou para fazer parte da sua direcção. Quando nos deixou, em 2013, era o nosso secretário.

Foi uma bela e grata surpresa termos conhecido este grande Associativista Almadense. Mesmo já octagenário, continuava cheio de vontade de fazer coisas.

(Gente da História da SCALA - XVIII)

(Fotografia de Luís Eme)


quinta-feira, maio 16, 2024

Ermelinda Toscano: a surpresa, a qualidade e a diferença na Cultura em Cacilhas


Ermelinda Toscano apareceu em Cacilhas, no começo do milénio, quase como um "meteorito", mas que em vez de destruir, veio construir, e abanar de uma forma positiva, a Cultura na localidade ribeirinha.

Falar dela e do "Café com Letras" é quase como falar da "galinha e do ovo". A sensação que temos é que apareceram ao mesmo tempo, e foram "uma bela de uma surpresa" no panorama local. A Ermelinda foi a grande dinamizadora desta "Casa da Cultura", que deu abrigo a tanta gente sedenta de coisas diferentes (especialmente aos poetas sem poiso...). Aconteceram coisas extraordinárias neste lugar, num curto espaço de tempo, desde palestras, exposições, sessões de poesia, lançamentos de livros ou simples convívios, sempre com a cultura presente.

Como normalmente acontece com todas as coisas boas, a falta de apoio, humano e logístico, faz com que tenham vidas curtas... nem mesmo a mudança de gerência e de nome (de "Café com Letras" passou a "Sabor e Arte"...) mudou o seu destino... Mas este espaço ficou na história da rua Cândido dos Reis e da Cultura Cacilhense. Voltando à Ermelinda, ainda hoje permanece inesquecível a sua colecção de pequenos cadernos "Index Poesis", que divulgou a obra de mais de uma centena de poetas locais (e não só...) e pela criação da associação formal de "Poetas Almadenses".

No meio de toda esta actividade, a SCALA conseguiu conquistá-la como associada, e mais tarde como dirigente. Apesar de pensarmos que ela nunca sentiu a SCALA como a sua verdadeira casa associativa (nessa altura já era dirigente de "O Farol"...), a sua passagem na nossa Associação foi extremamente importante, quer no apoio cultural quer no apoio logístico. 

A sua capacidade de trabalho e gosto pelas coisas da cultura, fez com que aceitasse fazer parte de uma direcção da SCALA composta apenas por mulheres (2012). Claro que foi uma ideia bonita mas com resultados pouco práticos, se excluirmos as boas prestações associativas da Ermelinda e da Gena de Sousa (os outros três elementos femininos da direcção estavam uns bons furos abaixo delas, em termos de capacidade e vontade...).

Desiludida com a falta de apoios autárquicos, com o funcionamento da SCALA (e também por problemas pessoais...), acabou por de ir desligando da nossa Associação, permanecendo hoje apenas como associada.

Apesar da sua passagem pela SCALA ter sido demasiado curta, foi bastante marcante e positiva, graças à sua qualidade enquanto activista cultural.

(Gente da História da SCALA - XVII)

(Fotografia de Gena Souza)


terça-feira, maio 14, 2024

Nogueira Pardal: o amor à poesia, ao alentejo e às coisas bonitas da vida


Nogueira Pardal é um dos sócios mais antigos da SCALA, mas não entrou logo na nossa "rota cultural". Isso aconteceu porque se tornou associado mais pela amizade que tinha a Fernando Barão (eram vizinhos na Verdizela), que por qualquer outra afinidade que sentisse pela nossa Associação.

Foi com as nossas "Tertúlias do Dragão" , que ele teve a possibilidade de nos mostrar o seu talento e valor como poeta e amante da literatura. Ou seja, teve uma presença activa e passiva, quer como palestrante quer como espectador (foi sua a primeira palestra das tertúlias, sobre a "A Tradição Coimbrã"...). Ofereceu-nos vários serões bem passados na companhia de excelentes autores, apresentados de uma forma simples mas muito completa, como foram os casos de Florbela Espanca, José Régio, António Gedeão ou Brito Camacho).

Apesar de se deslocar da Verdizela para Almada, Pardal raramente falhava uma tertúlia, sempre com a companhia da sua simpática esposa, a Antónia. Foram dois dos grandes resistentes desta meritória iniciativa da SCALA, que durou mais de doze anos...

Fez também várias vezes parte dos Corpos Gerentes, em cargos não executivos.  E graças à sua verve poética, passou a fazer parte do grupo de "Poetas da SCALA", que espalharam a poesia por vários lugares do Concelho. Foi também júri (em várias edições) do Concurso de Quadras Populares dedicadas a S. João, organizado em parceria com a SCALA e o Município de Almada.

Ou seja, tudo motivos para fazer parte da história da SCALA.

(Gente da História da SCALA - XVI)

(Fotografia de Luís Eme) 


sábado, maio 11, 2024

"Três Amigos, Três Estilos" (com memórias...)


Sei que já devia estar a trabalhar no segundo volume de "Gente da SCALA", mas parece que vou ter de escrever sobre mais que 30 pessoas (algumas aparecem-me em "duetos"...).

Entretanto ontem estive na Sede/ Galeria da SCALA a ajudar na montagem de uma exposição de três amigos.

Gostei "deste voltar", ainda por cima por uma boa causa: a amizade.

No regresso a casa dei por mim a pensar nas horas que perdia (e ganhava), como activista cultural. Foram bons momentos, em que tive a oportunidade de conhecer melhor várias pessoas e tornar-me amigos de algumas. Claro que, como acontece nestas coisas, apareceram também duas ou três "nuvens negras" (apesar do brilho do Sol...), a recordar o "pagamento" que recebi de toda esta disponibilidade...

Mas o bom foi estar com a Alzira, a Goreti e o Hélder, ajudando-os a "embelezar" a exposição que é inaugurada hoje, às 16 horas, "Três Amigos, Três Estilos".


quinta-feira, abril 25, 2024

Luís Milheiro: juiz em causa própria


Eu sei que é uma situação estranha estar aqui a falar de mim, mas a vida é o que é…

Mas como sempre fui um dos elementos mais activos no panorama cultural da SCALA, seria um acto de falsa modéstia “esconder” o meu nome da sua história, apenas por ser o autor…

O facto de ser o seu primeiro sócio não fundador, faz com que tenha acompanhado a sua história desde início. Fiz parte Corpos Gerentes durante 20 anos (fui vice-presidente e depois presidente da Direcção; fui também secretário e depois Presidente da Mesa da Assembleia Geral…). Fui director do boletim da Colectividade (“O Scala”), em duas fases diferentes.

Fui também o principal responsável pela edição de várias antologias de poesia e também o ideólogo da edição de uma obra importante, “Gente de Letras com Vínculo a Almada”, um dicionário bio-bibliográfico, de co-autoria com Diamantino Lourenço, Victor Aparício e Abrantes Raposo (editada na comemoração do 10.º aniversário da SCALA).

Com a desistência dos organizadores do Concurso de Fotografia “Almada a Terra e as Gentes”, a meio do projecto, fui escolhido como o principal dinamizador das suas edições sobre a Cova da Piedade, Feijó e Laranjeiro, Pragal, Sobreda e Trafaria, visitando todas as Freguesias de Almada, como estava previsto no início.

Durante mais de quinze anos, fui o responsável pela nossa exposição anual, baptizando-a como “Festa das Artes da SCALA” (fazia mais sentido, pois era e é uma festa).

Quando o Fernando Barão passou para a rectaguarda da realização das “Tertúlias do Dragão”, passei a ser o seu grande dinamizador, por saber da sua importância.

E acabei por ter também um papel importante na cedência da actual sede/galeria pela CMA, graças ao presidente do Município, Joaquim Judas (os outros vereadores, Maria do Carmo e António Matos, disseram-nos que o espaço já estava destinada para alguém…) e na sua transformação num "território cultural".

Muito mais haveria a dizer, mas fico-me por aqui, satisfeito pelo meu percurso associativo, artístico e literário como associado e dirigente Scalano…

(Gente da História da SCALA - XV)

Fotografia de Gena Souza)


terça-feira, abril 23, 2024

Maria Gertrudes Novais: a poesia no palco da vida


Foi graças aos seus “Doces da Mimi” (cafetaria e casa de chá) e à parceria cultural realizada com a SCALA, que a sua participação no dia a dia da nossa Associação se tornou mais efectiva, acabando por a transportar até ao cargo de Presidente da Direcção.

Apesar de ser bastante activa, os primeiros anos de presidência de Maria Gertrudes Novais, foram muito para “inglês ver”, uma vez que as tarefas de maior responsabilidade e organização, eram realizadas por outros elementos dos Corpos Gerentes. Foi assim nos seus dois primeiros mandatos.

Mesmo depois, quando deixou de ter esse apoio, e foi "obrigada" a ser mais “pró-activa”, ou seja, presidente a tempo inteiro, nunca conseguiu ser um elemento agregador, como os seus antecessores, deixando que a SCALA perdesse aos poucos, o seu espírito Tertuliano e até a aura familiar que lhe era característica, apesar de começarmos a contar com um espaço nosso (a propósito deste ponto, é importante referir que o seu dinamismo foi essencial na cedência da nossa Sede por parte do Município).

Por a conhecermos, sabemos que as suas limitações culturais também pesaram no actual “marcar passo” da SCALA, no panorama associativo local, estando hoje praticamente reduzida à poesia (a sua grande paixão, é autora de mais de meia-dúzia de obras literárias) – e agora também ao fado (a organização de exposições, funciona de uma forma quase automática, mas cada vez com menos expressão e inovação artística).

No entanto, é importante frisar, que na actualidade, sem a sua dedicação e voluntarismo, a SCALA pode até correr o risco de desaparecer, tal tem sido o desinteresse manifestado por uma boa parte dos seus associados pela vida da Associação…

(Gente da História da SCALA - XIV)

(Fotografia de Gena Souza)


sexta-feira, abril 19, 2024

Américo d'Souza: a arte e o engenho ao serviço do colectivo


Poderia ter dado mais algum espaço, não fazer com que o Américo surgisse logo depois da sua companheira, Gena, mas eles completavam-se, eram quase "almas gémeas", não me lembro de os ver um sem o outro, onde quer que fosse...

Foi também por isso que acabaram por coincidir na Direcção da SCALA, ele como vice-presidente Cultural, ela como Tesoureira. Foram dois elementos preciosos para a aposta da SCALA na diversidade e não apenas em duas ou três actividades culturais, como até aí se fazia, graças à parceria da nossa Associação com os "Doces da Mimi" (que tinham aberto há pouco tempo...).

A transformação deste espaço também em galeria de arte, para acolher exposições dos nossos associados, teve muito mais que o seu dedo. Foi graças ao seu espírito inventivo que foi possível adquirir (e montar...) calhas e correntes, que não só facilitavam a realização, como tornavam estas mostras agradáveis para quem as visitava nos "Doces da Mimi". Material  que depois transitaria para a nossa actual Sede/ Galeria, na rua Conde Ferreira, onde continuam a ser bastantes uteis para todos os artistas scalanos que ali expõem.

Na transformação do espaço que antes era utilizado pela USALMA e passou a ser a nossa Sede, o Américo voltou a ser importante, com as suas ideias, ajudando-nos a fazer muito com pouco dinheiro.

Além de tudo isto, é um excelente artista plástico. 

Claro que o Américo está longe de ser uma pessoa fácil. Quase que podemos dizer, que, pessoas de quem ele gosta têm tudo, pessoas de quem ele não gosta, não têm nada... 

(Gente da História da SCALA XIII)

(Fotografia de João Miguel)