A sessão de apresentação do caderno, "foto-poesias", de Alberto Afonso e Luís Milheiro, correu muito bem, num ambiente de grande familiaridade e amizade, que até fez com que alguns poemas fossem lidos três vezes, por pessoas diferentes. E ganhámos mais uma "declamadora", a Gena Souza, que se estreou e muito bem.
Transcrevemos com a devida vénia parte do texto de apresentação da autoria de Ermelinda Toscano.
«(...) Não se
deixem enganar pela simplicidade da capa e até da encadernação deste artesanal
caderno de foto-poemas, pois a verdadeira beleza esconde-se, quase sempre, por
detrás das coisas simples e não das mais sofisticadas que, amiúde, nos aparecem
demasiado maquilhadas para disfarçar a falta de substância. Ao contrário, neste
livro, a linguagem é acessível, seja a visual ou a escrita, e a mensagem
facilmente percetível.
Alberto Afonso e Luís Milheiro
estão em perfeita simbiose e completam-se de forma igualmente perfeita. Usando
estilos semelhantes na captação das imagens, é na escrita que deixam
transparecer a sua individualidade, embora comunguem ambos de um mesmo tipo de
redação: sem máscaras, onde as palavras aparecem despidas de complexas
definições e assim desnudadas se deixam por nós interpretar livremente:
Alberto Afonso procura tudo
explicar, numa necessidade de expor os seus sentimentos de forma aberta,
transparente e o mais completa possível para que não restem equívocas a quem o
lê. Luís Milheiro mais contido,
sintético, usando cada palavra como uma pista para nos deixar voar o pensamento.
Temos, assim, um misto de
palavras e imagens poéticas que vos irá surpreender pelo conteúdo: sem
subterfúgios, os autores apresentam-nos um conjunto de 10 foto-poemas de Almada
e outros tantos de Cacilhas, trocando entre si a autoria da mensagem visual e
da palavra escrita numa união que se revela profícua pela empatia que gera
entre a obra e o leitor.(...)»