A tarde de sexta-feira pode não ser o melhor dia para realizarmos a apresentação de um livro, mas isso não explica tudo. O Aníbal, a SCALA e a Cultura Almadense mereciam sobretudo mais calor humano.
Mas as coisas são o que são, e quando, quase 22 anos depois da nossa fundação, temos de andar a "pedinchar" espaços para fazermos Cultura e deparamos com portas fechadas, que deviam estar sempre abertas a todos, até por serem municipais... Só temos de agradecer a amabilidade da Escola Cacilhas-Tejo (ainda por cima num dia em que tinham uma cerimónia importante neste estabelecimento de ensino...) por nos receber bem, como é o seu timbre.
Também agradecemos a presença do presidente da União de Freguesias Urbanas, onde estamos inseridos, Ricardo Louça, o que valoriza sempre qualquer sessão cultural, e que pelas suas palavras, gostou de conhecer melhor a obra de um dos melhores retratistas da nossa Terra, que também passou a ser o historiador da sua Lardosa.
Claro que a ausência de pessoas (não chegávamos às duas dezenas...) teve uma virtude, fez com que a sessão fosse mais informal e se dissessem coisas que talvez não fossem reveladas numa apresentação mais cerimoniosa, quer pela parte do apresentador, Luís Milheiro, quer pelo autor, Aníbal Sequeira.
Foram focados aspectos mais pessoais sobre as origens de ambos e também sobre o crescimento da obra e a forma como foi sendo construída, com o Aníbal a explicar que começou a explanar as suas ideias quase em jeito de roteiro, que depois foram ganhando histórias, ao passar pelos lugares que aparecem tão bem descritos (quase sempre acompanhados de fotografias de rara beleza com gente dentro).
A Clara Mestre e a Maria Gertrudes Novais também leram poemas do autor, porque Aníbal Sequeira também é poeta. E "As Imagens da Minha Terra, Lardosa (Castelo Branco)", têm dois poemas sobre a Lardosa do Aníbal espaçados em sessenta anos (1955 e 2015)...