sexta-feira, dezembro 30, 2022

Não Vale a Pena Esconder a Realidade...


As notícias aqui no blogue têm sido reduzidas, ano após ano.

A explicação mais plausível é o nosso afastamento do dia a dia da SCALA. 

Claro que ver que esta Associação não consegue sair do seu registo, cada vez mais insignificante, se olharmos para a história dos primeiros 20 anos, também contribui para que nem se quer apeteça abrir o "baú" da história da SCALA.

A culpa do que está a acontecer na SCALA, no Associativismo Almadense e no dirigismo nacional (até nos comandos do País...), é de todos nós, que nos afastamos e deixamos que as colectividades sejam dirigidas por gente sem o carisma e a qualidade de outros tempos.

Talvez seja tempo de todos nós repensarmos o nosso papel na sociedade e nos seus movimentos colectivos e valorizar mais a democracia...

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)



quarta-feira, novembro 16, 2022

Homenagear José Saramago no dia do seu Centenário



Uma boa ideia para festejarmos o Centenário do nascimento de José Saramago, é republicar um texto feliz que escrevemos (é mais longo que o costume...), quando o escritor foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura, para o boletim "O Scala" (n.º 8, Verão de 1998):

«Foi com com grande alegria que vimos José Saramago deixar o hall de entrada da sala, destinada aos eternos perdedores do Prémio Nobel da Literatura, com a serenidade que o caracteriza, depois de ser “Levantado do Chão” pela Real Academia Sueca da Língua.

O país voltou a sorrir de satisfação – e com a Expo 98 ainda tão perto na nossa memória... -, ao ponto de transformar a vitória de Saramago, num êxito de todos os portugueses. Foram erguidas bandeiras de Norte a Sul, levando bem alto “Todos os Nomes” deste escritor, digno herdeiro de Camões, Eça, Camilo, Pessoa, Aquilino e Torga.

A Escandinávia dobrara pela primeira vez a coluna à língua portuguesa. Depois de um longo “Ensaio Sobre a Cegueira”, acabou por reparar uma  injustiça quase do tamanho deste século.

Embora Saramago seja um caso à parte, se fizermos uma “Viagem a Portugal”, encontramos uma mão cheia de poetas e ficcionistas que também poderiam ter sido inscritos nos “Apontamentos” da Academia Sueca.

Quando dizemos que ele é um caso à parte, estamos a basear-nos  num estranho casamento das Letras com Números que nos prova que Saramago é o escritor português vivo, mais conhecido e lido no mundo inteiro.

A sua obra literária é um manancial de estórias sobre a nossa História, “Deste Mundo e do Outro”, não sendo por isso de estranhar que alimente algumas polémicas. E quando se fala de coerência – uma palavra usada para dignificar Saramago e todos os seus camaradas que se mantém fiéis ao comunismo --, devemos fazer uma vénia ao Município de Mafra que continua a defender que “O Memorial do Convento” ofende o bom nome dos seus habitantes; e ao Papa, que  ao folhear “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, continua a perguntar a Deus com um olhar triste e angélico, “Que farei Com este Livro?”, por manterem vivas as suas opiniões divergentes em relação ao escritor.

Mesmo sabendo que este não é o melhor momento para  falarmos da nossa taxa de analfabetismo, não devemos esconder a nossa triste realidade usando o Nobel da Literatura como peneira.

Saramago sentiria, “Provavelmente Alegria”, se usássemos o seu Prémio para sensibilizar os portugueses a visitarem o campo aberto das letras, mostrando-lhes o poder da luz “Poética dos Cinco Sentidos” que nos ilumina nas nossas viagens deliciosas pelo interior dos livros.

E se nos fosse permitido sonhar, gostaríamos que o Nobel produzisse o mesmo êxito na Literatura que as medalhas milagrosas de Carlos Lopes e Rosa Mota obtiveram no Atletismo, fomentando de uma forma avassaladora a leitura nas escolas e nos lares portugueses, arrebatando toda “A Bagagem do Viajante” de Lanzarote e de outros grandes escritores.» 

(Texto de Luís Milheiro)


domingo, outubro 02, 2022

Luís Bayó Veiga no Museu da Cidade (que agora é de Almada)

 


O Scalano Luís Bayó Veiga vai levar-nos de viagem, através de da sua colecção de bilhetes postais, pelas duas margens do Tejo.

É na próxima quinta-feira, às 18 horas. Apareçam.


domingo, março 06, 2022

Carlos Durão (1929-2022)


O nosso associado e antigo dirigente, Carlos Alberto Durão, deixou-nos na passada quinta-feira.

Embora não seja fundador, Carlos Durão é um dos elementos que fazem parte da nossa história, pois exerceu durante vários mandatos o cargo de tesoureiro e foi essencial para o equilíbrio e para a continuidade da nossa Sociedade Cultural no panorama associativo almadense, em dois ou três períodos mais difíceis (as chamadas "crises de crescimento"...), juntamente com mais dois companheiros.

Como ser humano, além da sua integridade, devemos salientar também a sua generosidade e a defesa intransigente dos valores colectivos, que felizmente continuam associados ao Movimento Associativo Almadense.

Enviamos as condolências aos seus familiares e amigos e deixamos aqui expresso, o nosso reconhecimento e homenagem, a um dos nossos raros  (e merecidos) "Sócios de Mérito".

(Fotografia de Luís Eme)


domingo, fevereiro 27, 2022

A 27.ª Festa das Artes da SCALA


A 27.ª Festa das Artes da SCALA está em exposição na Oficina de Cultura de Almada - Praça S. João Baptista - e pode ser visitada até 12 de Março, com trabalhos de fotografia, pintura, escultura e artes decorativas.

Não deixa de ser curioso, que passados todos estes anos, continue a aparecer, sempre, uma ou outra pessoa, que expõe na nossa "Festa" pela primeira vez.

Ou seja, a SCALA não perdeu essa aura de estar aberta a todos e a todas, com todos os "perigos" que essa liberdade criativa acarreta. Isso nota-se através da críticas de muitas pessoas, que acham a exposição colectiva "desequilibrada", ou seja, tem óptimos trabalhos e péssimos trabalhos. E por muito que se explique que não é feita qualquer selecção, há artistas que não compreendem (lembramos que nos primeiros anos houve mesmo quem deixasse de expor, por não se querer "misturar com a vulgaridade"...).

O único problema que existe, reside nos próprios associados, que deviam ser os primeiros a fazer uma autocrítica e a perceber que as suas obras não cumprem o mínimo que se exige a uma obra de arte exposta ao público. Agora a SCALA deve continuar fiel aos seus princípios, de tentar - essa quase "utopia" - que a arte chegue a toda a gente.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)