sábado, outubro 26, 2024

Rosette Coelho: a escolha da poesia como companheira, na luta com o dia-a-dia...


Há mulheres que depois de ficarem sozinhas, fecham-se em casa, como se o mundo estivesse para acabar. Vestem-se de negro e esperam a sua vez, presas à memória do tempo em que pensavam ser felizes.

Há outras, que depois do primeiro embate com a "solidão", resolvem resistir. Dão uma ou duas voltas à vida  e levantam-se, com vontade de ir atrás de qualquer sonho lindo, que lhes ficou de "uma outra vida qualquer"...

E é assim que regressam a experimentar uma ou outra coisa, que noutros períodos da vida, as faziam sentir-se bem, criativas, mais livres e também mais preenchidas.

A SCALA teve a alegria de receber algumas destas mulheres, como foi o caso de Rosette Coelho, que trouxe consigo o amor à poesia, e ainda um sorriso contagiante, fundamentais para o nosso convívio, que juntava o social ao cultural, abrindo portas a novas amizades e à troca de saberes.

A Rosette trouxe-nos as palavras dos poetas que amava. Poetas que declamava com talento e emoção, sozinha ou em grupo (sim, fez parte do primeiro grupo de "Poetas da Scala", juntamente com Idalina Alves Rebelo, Cristina Fernandes, Nogueira Pardal e Fernando Barão).

E claro, uma alegria contagiante, que recordamos com saudade...

(Gente da História da SCALA - XXV)

(Fotografia de Luís Eme - com a Rosette a sorrir, na companhia do Fernando e da Guiomar)


terça-feira, outubro 08, 2024

Mártio: o lado artístico de Mário Martins


Já o dissemos mais que uma vez, que a SCALA foi quase obrigada a olhar para as artes plásticas, como parte integrante da Associação, devido à aderência de vários pintores, cuja qualidade deu logo nas vistas, nos nossos primeiros anos de vida. 

Um deles foi o Mártio (Mário Martins), que já era um pintor reconhecido no Concelho e não só, quando a SCALA foi fundada, em 1994 (começou a expor, individualmente desde 1963...).

Mas Mártio é um artista multifacetado, cujo talento nunca se cingiu apenas à pintura figurativa, mesmo que esta fosse  a técnica que mais o inspirou e fez dar nas vistas, ao longo de uma vida artística, de mais de sessenta anos. O impressionismo, o surrealismo também fazem parte do seu percurso como pintor, tal como realismo, entre outras experiências pictóricas.

Desenhou a carvão, modelou barro - os seus frades fizeram história -, pintou aguarelas, acrílicos, óleos, etc. Também fez ilustração - é autor de algumas capas de livros de amigos - e até de caricaturas (também ficou famosa a sua série das "Tias"...).

Olhando de soslaio para o seu outro lado, é importante referir que o Mário fez parte do rico movimento associativo almadense, nas colectividades da sua Cova da Piedade, especialmente na SFUAP, onde teve um papel fundamental no  crescimento e desenvolvimento do campismo.

Voltando à história da SCALA, sem o Mártio, o Mário Nery ou o Aníbal Sequeira, que estiveram connosco praticamente desde a primeira hora, a nossa Festa das Artes (entre outros eventos artísticos) não teria sido a mesma, ao longo de praticamente três décadas.

(Gente da História da SCALA - XXIV)

(Fotografia de Luís Eme )