Do Fundo do Silêncio
Já a mão não se presta a
obedecer
O coração já não sabe
cavalgar
O olhar já não alcança pra te
ver
E a boca cansou de tanto
declamar.
Os dedos já os sinto tão
dormentes
E a luz começou a desmaiar
E o corpo envelheceu tão de
repente
Que o tempo não parou pra te
beijar.
Os dias deixaram de contar
Da memória apaguei-os para
sempre
E a criança que gostava de
brincar
Levou-a uma luz
incandescente.
A alma subiu ao céu a
descansar
O corpo é um mundo sem poente
E sob a dura terra a dormitar
Alguém ficou em paz
eternamente.
E a minha mão
Ficou cansada de escrever...
E o coração dorido de chorar!
Se nesta noite fria pode
haver
Mil poetas, como eu, a
laborar!...
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