Mas além da marca que ficou, desde orgulho e gosto, em ser Mulher, Idalina gostava de desenhar, pintar e de escrever e declamar poemas, assinando como AnyAna.
Foi também das pessoas que mais "viveu" as "Tertúlias do Dragão", como participante fiel e como activista cultural, ora com convites (foi graças a ela e à sua filha, que Raul Solnado nos visitou) ora com os seus poemas ou testemunhos da sua vivência em Cacilhas e Almada. Idalina amava tudo o que estivesse ligado ao mundo das Artes e Letras e sentia um grande orgulho pela história do Concelho de Almada.
Além destes aspectos, era um ser humano de grande bondade, ternura e tolerância (não nos lembramos de a ver a elevar o tom de voz ou de criar qualquer tipo de problema a quem quer que fosse).
Fez também várias vezes parte dos órgãos sociais da SCALA, que também sentia como "sua".
Conversei muitas vezes com ela, porque além de ser uma pessoa agradável, era extremamente culta. Aprendi bastante sobre as gentes e os lugares de Almada. Ou seja, além de poetisa e pintora, também foi uma boa "professora" da história local.
Embora tivesse um grande orgulho em ser Mulher, o facto de viver numa sociedade marcadamente, masculina (para não lhe chamar outra coisa...), fez com que nunca lhe fosse reconhecido o seu valor, como poetisa e artista plástica.
(Gente da História da SCALA - V)
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
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